sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Roberta Araújo, do Pêlo Próximo: "A ideia é recuperar a saúde dos humanos por meio da interação homem-animal"

O portal Nossa Matilha entrevistou Roberta Araújo, coordenadora e presidente doProjeto Pêlo Próximo. O Projeto, sediado no Rio de Janeiro, tem o objetivo de usar a Atividade Assistida por Animais (AAA), Terapia Assistida por Animais (TAA) e Educação Assistida por Animais (EAA) para ajudar na recuperação da saúde dos seres humanos por meio da interação homem-animal. Abaixo, leia a entrevista na íntegra:


Nossa Matilha - Qual é o principal objetivo do Pêlo Próximo e como surgiu a ideia?

Roberta – “Recuperar a saúde dos seres humanos por meio da interação homem-animal. O primeiro passo é aumentar a autoestima das pessoas, para que possamos trabalhá-las em outros aspectos. O PPP (Projeto Pêlo Próximo) surgiu do imenso desejo de mostrar “ao mundo” o grau de importância que um animal, bem direcionado, pode trazer para a vida do homem. Os animais funcionam como estimuladores naturais de quaisquer atividades imputadas ao paciente. O animal não cobra, não impõe, não critica... ele está ali, naquele momento, com o tempo, atenção e afetividade dedicadas somente ao atendido, esperando pacientemente que a interação seja estabelecida. Quando isso ocorre, a equipe multidisciplinar está ali para trabalhar o paciente de uma forma efetiva, aproveitando a forma lúdica de abordagem para diminuir o tempo gasto para convencer o paciente a aceitar o tratamento”.

Nossa Matilha - Como é a demanda hoje no mercado pela Pet Terapia?

Roberta – “Hoje, com os hospitais, clínicas e instituições querendo humanizar o ambiente de trabalho, a demanda é grande, pois todos almejam, pelo menos, experimentar esse “novo” método que provoca o aumento dos hormônios responsáveis pelo bem-estar (endorfina, serotonina e ocitocina). Por causa da presença desses hormônios estimulados com a presença dos animais, a “brincadeira muda de figura”, tornando-se séria, mas prazerosa”.

Nossa Matilha - Os animais precisam ter algum pré-requisito?

Roberta – “Definitivamente não é qualquer animal que pode ser um animal de terapia.Em primeiro lugar ele tem que ter um temperamento dócil, não pode apresentar nenhum tipo de agressividade (nem mesmo defesa), tem que ser dessensibilizado, socializado, ter os comandos básicos, ter mais de 1 ano de idade e, principalmente, ser castrado. Em segundo lugar, não existe uma raça específica para exercer esse tipo de terapia. Para se ter um cão de terapia é necessário que se observe as especificações acima descritas. Em terceiro lugar, eles são animais e, por isso, seus comportamentos têm que ser constantemente observado. Qualquer variação comportamental tem que ser cuidadosamente analisada, para que o animal não entre em sofrimento. Ele tem que gostar do que está fazendo, caso contrário, será afastado do Projeto”.

Nossa Matilha - Qual é o comportamento das pessoas que têm acesso à Pet Terapia?

Roberta – “Em geral a Pet Terapia é muito bem aceita por todos os que encontram-se envolvidos nesse processo. Seguindo a trajetória dos componentes dos lugares atendidos, podemos dizer que desde o profissional da área de saúde até a faxineira do local, ficam encantados com a presença de nossos co-terapeutas, elogiando-os quanto a paciência, educação e, até mesmo, quanto a inteligência”.

Nossa Matilha - Como você enxerga essa atividade nos próximos anos?

Roberta – “Como uma terapia complementar de uma utilidade imprescindível, pois os profissionais se conscientizaram que o animal não é utilizado como substituto e, sim como um facilitador do trabalho a ser realizado. É por meio do animal de terapia que é criado o vínculo (empatia), facilitando a ação dos profissionais de saúde e educação. Enquanto os pacientes avaliam essa aproximação como uma brincadeira, “cai por terra” o abismo que os separa de seus cuidadores, médicos, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, educadores, entre tantos outros profissionais que possam fazer uso dos animais para recuperação da saúde física, mental e emocional do ser humano. Dessa forma, as pessoas se convencerão do grau de importância que os animais podem atingir e com isso, diminuirão os casos de maus tratosabandonos, comercialização e acidentes fatais envolvendo os bichos”.


Fonte: Nossa Matilha

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